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Fenabrave-MT

Brasileiro está ávido pela tecnologia e inovação na digitalização da economia, diz presidente do Banco Central

Implantação do Pix promoveu a inclusão de 71,3 milhões de pessoas no sistema financeiro e a formalização da mão de obra

A busca por tecnologia e inovação é crescente a cada dia em meio aos brasileiros, principalmente no que tange ao sistema financeiro e a mitigação de riscos.  Pix, Criptomoeda, tokenização, Drex, Open Finance são alguns termos que aos poucos estão fazendo parte da nova realidade econômica do país.

O conjunto de ações estratégicas e estruturantes lançadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen) em 2019, visando promover competição, inclusão, transparência, educação e sustentabilidade no sistema financeiro nacional, foram alguns dos pontos debatidos durante a palestra “Cenário Econômico e Agenda BC#” do presidente da instituição Roberto Campos Neto nesta quinta-feira (19) no 7° Encontro Regional Fenabrave Mato Grosso, em Cuiabá.

“As pessoas estão procurando por uma representação de algo que tenha valor, colocando um encryption nesse ativo e distribuindo em uma plataforma digital. Esse é o fenômeno que está ocorrendo. Estamos migrando para uma economia tokenizada. Estamos falando de extrair valor de um ativo de forma digital”.

Além de reiterar os esforços do Bacen para promover o chamado “pouso suave” do país no combate à inflação, rumo das taxas de juros e do acesso ao crédito para os brasileiros, Campos Neto destacou que essa movimentação do mercado para o digital vem promovendo a inclusão financeiras de muitas pessoas.

Hoje são mais de 651 milhões de chaves Pix registradas e 141 milhões de pessoas que as utilizam, além de 12,7 milhões de empresas. Somente em agosto foram realizadas 3,8 bilhões de transações, um aumento de 73% em relação ao mês em 2022.

“Ele promoveu a inclusão financeira de 71,3 milhões de pessoas, que são quase nove milhões de contas abertas só por causa do Pix. A gente vê em lugares remotos, em que você não tem agência bancária, caixa eletrônico, a sociedade vivendo praticamente em cima do Pix. Estamos fazendo aprimoramento dele para ficar mais fácil de usar e mais seguro. Além disso, vimos que ele promoveu uma formalização da mão de obra”.

Mundo desafiador e conflitos geopolíticos

Conforme o presidente do Bacen, o mundo está mais desafiador. Além das taxas de juros que estão mais altas, o cenário mundial nas últimas semanas vem apresentando grandes mudanças.

“Além de ter todo esse problema do questionamento da qualidade e do crescimento americano e do que está ocorrendo na China (desaceleração da economia), nós ainda temos as tensões geopolíticas em cima disso”.

Sobre as taxas de juros no Brasil, Campos Neto, alegou que são altas porque o governo federal deve muito, bem como o processo de recuperação de crédito ser longo.

Atração de investidores

Uma das grandes vantagens do Brasil em termos de atração de investidores, e que, segundo Campos Neto, precisa ser trabalhada com afinco, é a questão da sustentabilidade.

“O mundo quer investimento verde. Quer comprar produtos sustentáveis. Como o Brasil em uma grande capacidade de produzir energia sustentável, a gente deveria ser capaz de vender para as empresas que se elas viessem investir no país os produtos delas teriam mais valor para o cliente final do que produzir em outros lugares com menos capacidade de energia sustentável”.

Outro fator destacado por ele a ser melhorado foi a segurança jurídica.